22 de setembro de 2011

Enem: Entre realidades e clichês


Daqui há um mês acontece mais uma edição do Enem. Os estudantes vão para as salas de prova no meio de números que não tem muito a ver com eles. Os resultados do ano passado traçaram um ranking de escolas com bons resultados. Apressadamente, como sempre, muitos correram para exaltar “seus” números. No meio da confusão velhas rusgas como Sudeste x Nordeste ainda complicam mais o cenário.

Por mais que se critique, parece que se vive uma praga de rankings. Na hora de divulgar as escolas com melhores notas foi feita uma lista de melhores, com a mesma relevância dos dez livros mais lidos na semana ou as dez músicas mais tocadas. Quando a lista saiu apareceram escolas piauienses como as “melhores” do Brasil. Não que não sejam excelentes escolas, porque de fato o são. Mas, a expressão seriam que são as escolas melhor listadas ou ranqueadas.



Porém, pouca gente pensou nisso. Vale mais a pena apresentar a escola como a melhor e tentar apresenta-la como a modelo do Estado. Aí quando vem uma análise mais aprofundada, ao invés de esclarecimento só existe mais confusão porque justamente se usam mais clichês para tratar um tema que precisa de mais seriedade. Os dois colégios melhores ranqueados merecem estar ali porque trabalham muito para isso. Estão no Piauí, mas a bem da verdade não são a média do Estado. São as pontas do iceberg que reúne em geral escolas há uma distância enorme deste padrão de qualidade.

Pedir que estas duas escolas representem o Piauí parece até um desafio ao bom senso, tanto quanto considera-las como “zebras” na disputa com outras escolas. Em qualquer lugar do Brasil podem aparecer escolas com padrão de excelência alto. Basta, estrutura e trabalho de professores e alunos. A formula não parece difícil, entretanto a vontade de fazer parece mais distante que a realidade de duas escolas entre as cinco melhor ranqueadas do Brasil e a realidade do Estado como o terceiro pior ranqueado no Enem 2010.

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