9 de fevereiro de 2011

Aumento no IAPEP enfrenta resistências

"Uma vez vim fazer uma consulta aqui e o resultado ficou para o outro mês", a autora desta frase pediu para não se identificar, mas é servidora pública aposentada. Ela realiza seus exames através dos planos de saúde promovidos pelo governo do Estado através do Instituto de Assistência e Previdência do Estado do Piauí (IAPEP). Com o reajuste de 10% no desconto realizado para o pagamento do Plano Médico de Tratamento e Assistência (PLAMTA), o questionamento geral era como este aumento vai se refletir na qualidade dos serviços prestados.

A Assembléia Legislativa inclusive aprovou requerimento de autoria do deputado estadual Luciano Nunes (PSDB) para convocação do presidente do IAPEP, Flávio Nogueira a fim de maiores esclarecimentos sobre o aumento. As reclamações são em vários setores. Segundo a servidora Raimunda Carvalho de Araújo para conseguir algumas consultas o servidor precisa esperar desde a madrugada. "Aqui a gente espera pelas melhoras. Nas consultas a gente procura um médico, mas não tem. Eu tive um problema relacionado a dores de cabeça e a doutora só atende a 12 por mês", conta a servidora que tentou uma consulta com neurologista e que pensou inclusive em recorrer a um médico particular.

O presidente do IAPEP, Flávio Nogueira disse que o reajuste está restrito aos beneficiários Plamta e era necessário."O reajuste está defasado. A contribuição está defasada desde julho de 2009. Enquanto os outros planos estavam reajustando anualmente a gente não estava repassando", comentou acrescentando que as contas do Planta aumentam a cada mês. De acordo com Nogueira os procedimentos médicos estão mais caros e precisam ser supridos. "São procedimentos médicos caríssimos e que a gente precisa pagar", afirma.

O Plamta segundo Flávio Nogueira não abrange diretamente os servidores do Estado e atualmente trabalha com déficit. "Esse desconto não é para o servidor é para quem fez a opção pelo Plamta. O governo está extraindo no erário para pagar o valor deficitário", comenta Flávio Nogueira acrescentando que as contribuições do Plamta atualmente estão entre R$ 12,70 e R$ 365. Ele explica ainda que o aumento em geral será sobre as menores contribuições e na prática será de R$ 1,70. "Arrecadamos R$ 7 milhões e estamos ultrapassando todos os meses esse valor nos gastos", pontua o presidente do IAPEP.
Servidores questionam reajuste
Mônica Rita Oliveira, presidente do Sindicato dos Servidores do IAPEP, afirmou que o reajuste não veio em um momento oportuno. "A gente entende que esse reajuste não é viável. A nosso ver não é o momento diante de nossa defasagem salarial", comentou Mônica Rita acrescentando que os pagamentos precisam ser feitos a partir da renda dos servidores. "A gente tem consciência que nada é de graça, mas precisamos pagar de acordo com o que pode e tem que se pensar no servidor do Estado", destaca.

Segundo Flávio Nogueira atualmente apenas 3 Estados oferecem serviços nos moldes oferecidos pelo Plamta. O aumento vai abranger 190 mil beneficiários e para o presidente do IAPEP a própria sobrevivência do plano depende do aumento. "As finanças do Plamta já estão comprometida. O que nós queremos é dar um bom serviço, um bom atendimento com qualidade; mas tem um preço", analisa Flávio Nogueira.

Questionado que tipo de controle será feito para que o aumento seja traduzido em qualidade, Flávio Nogueira recomendou os beneficiários procurarem a ouvidoria da instituição. "A qualidade será controlada pelo cliente. Nós temos ouvidos. A nossa ouvidoria está pronta para receber a reclamação dos beneficiários. Eu chamo a atenção para os beneficiários do plano para zelar por este plano que é muito bom com hospitais da melhor qualidade", disse acrescentando que no Plamta é realizado o ideal de saúde de qualidade para todos.

Portal O Dia

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