18 de novembro de 2010

Viçosa: Terra que dá samba

“O Arnesto nos convidô/ Pr'um samba/ Ele mora no Brás” O samba dessa vez foi em Viçosa (CE) 287 km a noroeste de Fortaleza. Sambistas do Piauí e Ceará, assim como Demônios da Garoa e Jair Rodrigues revezaram-se no palco do Viçosa Samba Chopp para homenagear os 100 anos de Adoniran Barbosa. O público também correspondeu a iniciativa subindo a serra vindo principalmente de Fortaleza, como também de Teresina e Parnaíba.

Pela segunda vez em Viçosa, Demônios da Garoa comemorou o carinho da cidade e lembraram que já se sentem “em casa” com a alegria do público. “Está sendo uma emoção incrível. Comentamos que aqui nos sentimos em casa. A gente se sente bem demais estando aqui em Viçosa”, ressaltou Ricardinho que faz parte da terceira geração do grupo, que tem 67 anos de estrada. Com um repertório que fez homenagem ao ícone do festival, Adoniran Barbosa, os Demônios da Garoa também aproveitaram para cantar Dominguinhos e Paralamas do Sucesso.

Ricardinho comentou que ao longo deste ano Demônios da Garoa está celebrando os 100 anos de Adoniran Barbosa. “Adoniran é fundamental. Não tem como citar Demônios sem citar Adoniran e vice-versa. Em 2010 homenageamos Adoniran com muito orgulho. Ele está presente nas novas gerações em sua universidade”, ressalta. Para o vocalista e percursionista o público do Demônios da Garoa também tem mudado. “Parabenizamos a cidade pela preservação da cultura e pelo incentivo. Eu já componho a 3 geração do grupo e nosso público vem se reciclando com a continuidade da nossa mensagem”, comenta.

Quem também tem público em todas as idades é Jair Rodrigues. Contemporâneo de Adoniran Barbosa ele também esquentou o público que subiu a serra para aproveitar o friozinho de Viçosa e um bom samba. “Nós éramos muito amigos e houve uma época quando eu comecei nos anos 60 estavamos sempre juntos com Adoniran Barbosa. Era uma moçada que todos éramos felizes e sabíamos”, conta Jair explicando que a “moçada” era Vinícius de Moraes, Baden Powell, Ataulfo Alves entre outras lendas do Samba.


Sobre a mistura de ritmos de seu repertório, ele explica que aprendeu na noite. “Eu comecei a minha carreira como cantor na noite. Foram 10 anos de noite e na noite tem de cantar de tudo, músicas do mundo inteiro. Cantei em italiano, inglês, francês e faz um aprendizado”, diz rindo, mas garantindo que prefere o samba.

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