28 de setembro de 2010

Ser ou não ser político

Nos últimos dias antes da eleição os debates vem com uma velocidade alucinante. Todo dia tem debate em praticamente todos os Estados até o dia da eleição. Mesmo que a maioria dos candidatos finja acreditar que sua sorte será decidida naquela noite (mesmo o debate entre Lula e Collor não foi decisivo para a eleição de 1989), todos sabem que sua sorte já foi construída em outros espaços não muito nobres.

A iniciativa dos debates é importante, até porque eles permitem conhecer mais a respeito dos candidatos. Entretanto, em linhas gerais todos os debates possuem o mesmo formato. Além disso, 2010 não é mais o tempo que os candidatos chegam “ao natural” para os debates. A mesma produção que é vista nos programas eleitorais também cuida de preparar o candidato para responder de um jeito ou de outro às provocações que vierem durante a peleja televisionada.

Com isso candidatos viram produtos a serem expostos na vitrine e o contraponto entre eles é muito mais retórico. “Eu sou o mais preparado para dar continuidade a este projeto” e “Eu estou pronto para fazer diferente de tudo que está aí” consistem mais palavras ao vento do que algo que possa realmente ser levado a sério. Entre frases de efeito fica sempre a pergunta: O que ele vai fazer mesmo se for eleito? Ou então: “Será que ele pode fazer mesmo tudo que prometeu se for eleito?

Qual a solução para isso então? Que os candidatos realmente compareçam ao debate para debater. Os formatos engessados criam espetáculos chatos para quem faz e sobretudo para quem assiste, mesmo que no final todos saiam com o discurso: “Foi muito importante para a democracia para que os eleitores conheçam as propostas”. Mas, esqueçamos isso. Para 2010 pelo menos os debates vão seguir a risca o “manual” do vídeo lá no alto.

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