Nos últimos dias antes da eleição os debates vem com uma velocidade alucinante. Todo dia tem debate em praticamente todos os Estados até o dia da eleição. Mesmo que a maioria dos candidatos finja acreditar que sua sorte será decidida naquela noite (mesmo o debate entre Lula e Collor não foi decisivo para a eleição de 1989), todos sabem que sua sorte já foi construída em outros espaços não muito nobres.
A iniciativa dos debates é importante, até porque eles permitem conhecer mais a respeito dos candidatos. Entretanto, em linhas gerais todos os debates possuem o mesmo formato. Além disso, 2010 não é mais o tempo que os candidatos chegam “ao natural” para os debates. A mesma produção que é vista nos programas eleitorais também cuida de preparar o candidato para responder de um jeito ou de outro às provocações que vierem durante a peleja televisionada.
Com isso candidatos viram produtos a serem expostos na vitrine e o contraponto entre eles é muito mais retórico. “Eu sou o mais preparado para dar continuidade a este projeto” e “Eu estou pronto para fazer diferente de tudo que está aí” consistem mais palavras ao vento do que algo que possa realmente ser levado a sério. Entre frases de efeito fica sempre a pergunta: O que ele vai fazer mesmo se for eleito? Ou então: “Será que ele pode fazer mesmo tudo que prometeu se for eleito?
Qual a solução para isso então? Que os candidatos realmente compareçam ao debate para debater. Os formatos engessados criam espetáculos chatos para quem faz e sobretudo para quem assiste, mesmo que no final todos saiam com o discurso: “Foi muito importante para a democracia para que os eleitores conheçam as propostas”. Mas, esqueçamos isso. Para 2010 pelo menos os debates vão seguir a risca o “manual” do vídeo lá no alto.
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