11 de julho de 2011

Plenos poderes

Perdi R$ 0,10 em um ônibus de Teresina porque o cobrador não tinha troco. Na hora veio a lembrança de que a passagem está para aumentar dos atuais R$ 1,90 para R$ 2,40. Fiquei pensando: que interessante... os problemas de troco por não ter R$ 0,10 vão continuar. Aí lembrei que já tinha pensado em escrever um texto como esse. Continuei pensando para imaginar como iria desenrolar a narrativa.

Pensei em alguém, ninguém em específico, um universitário. Ele poderia morar no Residencial Frei Damião, zona sudeste de Teresina ou no bairro Santa Maria da Codipi na zona Norte. Se estudar na Universidade Federal do Piauí (UFPI) nosso exemplo tem um grande problema. Não há ônibus que saia de perto da sua casa para o local de estudo. Mas, ele é guerreiro: encara ter de pegar duas conduções, passar muito tempo transitando pela cidade para chegar a universidade com o detalhe que vai ter de passar pela mesma maratona para voltar para casa.

Antes que alguém diga que isso é uma exceção digo que é mais frequente do que se imagina. Sem terminais de integração na cidade vários caminhos obrigatoriamente precisam ser feitos com mais um ônibus e com o pagamento de mais de uma passagem. Em contas simples funciona assim hoje: R$ 1,90 x 2 é igual R$ 3,80. Como as pessoas precisam voltar então um dia de ônibus custa R$ 3,80 x 2 que é igual a R$ 7,60. Considerando que em um mês a pessoa anda por ônibus 20 dias a conta passa para R$ 152. Isso somente com uma pessoa.

O argumento apresentado sempre que se propõe o aumento da passagem de ônibus é uma planilha dos operadores do serviço, que hoje estão amparados por nada já que deveria haver uma licitação. Será que a planilha a ser considerada não deveria ser a dos gastos da população, a planilha real e simples que já mostra que o preço atual é inacessível? Bem, a resposta você já sabe.

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