Em visita para evento em Teresina André Trigueiro, jornalista da Globo News e da CBN postou no twitter: “Piauí fora do radar da grande mídia. Bom ver de perto o que acontece por aqui. Já no aeroporto de Teresina, depois Brasília e RJ #cajuina”. Na entrevista no Programa do Jô (parte 1 e parte 2) João Claudio Moreno disse: “Piauiense é bairrista. Nem sabe que é, mas é”.
As frases podem não ter nada a ver em uma primeira observação, mas é possível constatar que as opiniões fazem bastante sentido. Não é novidade que o Piauí está fora do radar da grande mídia, mas antes de creditar isso a um “preconceito sulista contra nordestinos” cabe pensar sobre o quanto que a grande mídia do Piauí dá de atenção ao Piauí. Na cobertura diária qualquer bairro de Teresina tem mais espaço nos veículos de mídia do que uma grande cidade do interior.
E o bairrismo? Para quem leu o texto até aqui é um pergunta cabível. O bairrismo acaba traduzido por esse desconhecimento. A necessidade de demonstrar que há orgulho é tão grande que passa por cima do fato do Estado não se ver no dia a dia das emissoras de televisão, ou dos jornais, ou dos sites de internet. Ao haver uma situação de crítica ao Piauí há uma resposta sempre no ataque porque pouco se conhece a respeito do Estado para poder recitar dados de bate-pronto como fazem moradores de outros Estados em situações semelhantes.
Pode haver quem aponte um punhado de coberturas realizadas no interior do Piauí como exemplos de que a mídia olha para o Estado. Elas são importantes, passos fundamentais, mas insuficientes para de fato dar conta do Estado no dia a dia, indo além das eventualidades. Nesse sentido apenas são consolidados estereótipos como Parnaíba com o Delta, Picos com o mel, Bom Jesus e Uruçuí com a produção de soja. Não adianta apenas reclamar que o Piauí está fora da grande mídia. Só é possível mostrar mais a fundo aquilo que de fato se conhece.
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