13 de junho de 2011

Depois do domingo do Salipi

Mais um Salão do Livro do Piauí (Salipi) na Praça Pedro II se foi. Talvez eu seja muito saudosista, mas ainda acho que o evento parecia funcionar melhor no Centro de Convenções, aquele mesmo que está em eterna reforma desde 2009. Não que a Praça Pedro II seja um lugar ruim, mas com a reforma do Teatro 4 de Setembro e a Central de Artesanato indisponível para o Salipi, por um erro do Governo do Estado, o maior evento de literatura do Piauí ficou “apertado”.

Em outros anos, ainda no Centro de Convenções, por mais que houvessem pessoas transitando nunca parecia que o evento estava um aperto geral. Definitivamente o teresinense assimilou o Salipi, agora talvez seja a hora de buscar novos rumos como até mesmo a ideia de tentar baratear os livros. Uma crítica recorrente, que às vezes é escutada até sem querer pelos corredores é que o livro no Salipi é caro ou como disse uma pessoa em uma conversa com outra na hora que eu estava saindo: “estão os olhos da cara”.

Antes de entrar na discussão sobre se o livro é caro porque o povo não lê ou se o povo não lê porque o livro é caro eu pego um exemplo que um amigo trouxe de Fortaleza: lá ele acabou comprando vários livros por muito menos do que gastaria no Salipi durante a bienal. Há várias dificuldades em trazer as editoras e livrarias para o evento, ninguém vai dizer o contrário, mas a formação do público passa também por facilitar o acesso ao livro.

Falando em facilitar o acesso ao livro, esse talvez seja outro ponto em que o Centro de Convenções faz falta para o Salipi. Em uma cidade com carência de ônibus como Teresina, o Salipi no antigo endereço pelo menos forçava a criação de uma mínima frota extra para atender as pessoas que buscam mais cultura. Hoje o acesso é na base do discurso padrão do “temos muitas linhas que passam pelo centro e com isso todos estão atendidos”. No final o Salipi foi um sucesso porque pelo menos na parte que toca a organização eles tentam fazer as coisas direito. Mas, quando entra o que o poder público deveria contribuir...

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