Projetos e projetos são apresentados todos os dias nos parlamentos de todo o País. Em geral há os que priorizam o bem da população nos seus mais amplos sentidos, outros de tão peculiares soam estranhos e até mesmo ridículos. Há um projeto que começa a tramitar na Assembleia Legislativa que não tem nada de estranho, mas que de tão boas intensões acaba ficando inócuo.
O projeto é do deputado estadual Fábio Novo (PT) e exige o diploma para cargos de jornalista no âmbito da administração pública do Piauí. Até aí tudo bem, a iniciativa é louvável; mas lendo nas entrelinhas outra coisa fica clara: o jornalista vai ocupar a vaga na administração pública, porém não seria mais correto se estas vagas fossem preenchidas por um concurso público?
A iniciativa não parece tratar de como as vagas serão preenchidas, somente do pré-requisito para ocupá-las: ter o diploma de jornalista. “Este projeto visa manter o profissionalismo nos cargos públicos de Jornalismo do Estado do Piauí, dando reconhecimento às pessoas que buscam crescer profissionalmente através do conhecimento”, disse o deputado a respeito do tema. Claro que profissionalismo se faz com o diploma na área em que se exerce a atividade. Profissionais médicos tem diplomas de médicos; profissionais jornalistas tem diploma de comunicação social.
O projeto até trata sobre concursos públicos para preencher as vagas na administração públicas relacionadas a profissão de jornalistas (e não são poucas). No entanto a proposta não cria nenhuma delimitação prática para os concursos. Na prática fica para quando um dia o governo resolver fazer um concurso para a área de comunicação social, habilitação jornalismo. Vários estados têm jornalistas como funcionários públicos de fato e de direito. Resta então a torcida para que um dia o poder público vá além de reconhecer que jornalistas são importantes e façam eles de fato serem relevantes.
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