Como iniciar este texto é uma tarefa difícil. Pois a repetição acaba sendo inevitável. Mas, a morte do jornalista Carlos Augusto de Araújo Lima mostra o fim de uma geração de profissionais: os jornalistas que levam suas convicções às máximas conseqüências. O tempo e as próprias transformações do jornalismo, cada vez mais voltado para o lucro, acabam valorizando profissionais como o jornalista e político.
Jornalista com pouco tempo de batente, conheci Carlos Augusto do contato apenas da observação nos artigos de jornal que escrevia, assim como dos comentários na televisão e no rádio. Tirando as confusões que faziam entre nossos nomes, afinal eu também me chamo Carlos Augusto; pouco deu para conversar com o xará mais ilustre e que fez história no jornalismo piauiense.
A última batalha durou 4 dias, 3 paradas cardíacas até a última que tirou a vida daquele que entre oposição e governo mobilizou a paralisação da campanha eleitoral por um dia. Não era um fã, afinal pouco conhecia, mas respeito o trabalho que ele desenvolveu sobretudo por dois episódios: uma entrevista em que ele expôs as contradições que envolveram o entrevistado, mostra do quanto era combativo; e uma matéria de televisão em que mostrava as mazelas de uma comunidade, uma lição para os jornalistas que hoje conhecem pouco o local onde vivem e deveriam retratar.
Como político, tinha trânsito em praticamente todas as tendências, fruto dos mandatos de vereador e deputado estadual, assim como na atuação como secretário de comunicação do Estado. Como jornalista garantia o respeito da categoria que em peso lamenta sua saída de cena, assim como lembra sua determinação para quem sabe construir um futuro digno para nossa comunicação.
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