Hoje é dia do Piauí. No meio de uma disputa de datas, o 19 de outubro acaba sendo a celebrada com um feriado pela adesão do Estado ao movimento de independência do Brasil. O grito de um grupo de parnaibanos foi escolhido como o primeiro movimento pró Independência no Piauí, mas a data acaba sendo questionada pelo 24 de janeiro, data em que os oeirenses também aderiram e o 13 de março, dia da Batalha do Jenipapo, em tese o único conflito pela Independência.
Mas, passando ao lado dessa discussão de datas fica a pergunta: O que representa mesmo esse negócio do Dia do Piauí? Será que apenas um dia para aproveitarmos um feriado em casa assistindo tv ou começarmos a pensar no que fazer para o Estado poder ser melhor. A programação das tv´s foi a fundo mostrando exemplos de como o Piauí hoje é melhor, seja mais empreendedor, ou mais estudioso, ou mais aproveitado em suas belezas. Mas, senti falta do Piauí mais pobre, para o qual a riqueza ainda não chegou.
Semana passada fui assistir a filmes da 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul. Na realidade só vi um filme, "Garapa" e no começo a Tamires Coelho comentou comigo que a realidade do filme, de extrema fome e miséria, também estava presente no Piauí e eu concordei. No meio das comemorações deste ano; com fábricas de mel, iniciativas para proteger dunas, indústrias que fazem cem anos, faltou mais mostrar o povo que sofre por não ter o que comer. E faltou mesmo, porque afinal não daria para acreditar que eles simplesmente não existem mais.
Não há aqui derrotismo ou algo do tipo. Mas, convenhamos que exaltar os avanços sem olhar os problemas parece algo meio sonhador demais. Não mostra o que ainda precisa ser atingido. Por exemplo: Há a última fronteira agrícola do País no sul do Piauí e isso é algo para ser comemorado. Só que ninguém comenta que as estradas para o escoamento do produto durante o inverno são verdadeiras pistas de lama.
Vamos comemorar o dia do Piauí sim, afinal foi um grito que deu início a um movimento pela independência, só que vendo também que novos gritos precisam ser dados por novas independências.
Um comentário:
Obrigada pela citação... :D
Mas realmente, concordo contigo Carlos...
tão utópico quanto pensar que podemos mudar o mundo todo de uma vez e estabelecer a igualdade é pensar que tudo já foi resolvido e que não há mais lutas a serem travadas e vencidas, especialmente em um estado tão rico e, ao mesmo tempo, tão pobre!
Talvez essa segunda utopia seja ainda pior, por ser carregada às vezes de ingenuidade e, às vezes de hipocrisia...
E viva o Piauí das vitórias! Viva ainda mais o estado que ainda tem muito a progredir!
Postar um comentário