3 de julho de 2008

Ditadura esquecida


A revista Época desta semana “desenterra os mortos”, relacionados à ditadura no Brasil. Ao tratar do processo que o coronel Brilhante Ustra (na foto), diretor do Doi-Codi paulista nos anos 70, a revista indiretamente questiona como os brasileiros lidaram, já que eu não era nascido na época, com as punições relacionadas.
Não sei se dá para perceber, mas tudo relacionado com esse assunto saí pouco cristalino. Pergunto a vocês se não dá uma baita impressão de que há um privilégio quando é concedida uma indenização enorme em termos financeiros a um ex-preso político. Como é notório que não houve uma discussão do assunto quando se devia, ou na emissão da anistia, ou com o fim da ditadura na presidência de Sarney, tudo fica hoje como muito distante e pouco familiar. É como fossem pessoas de outro País recebendo dinheiro do povo brasileiro.
O mesmo vale para os militares. Foram tantos anos sem uma discussão séria sobre o assunto, utilizando-se como pretexto a lei da anistia, que acaba parecendo injusto somente um pagar mesmo que este tenha cometido atos monstruosos. Na pesquisa sobre o assunto vê-se que nas outras ditaduras na américa do sul como a Argentina e Chile, com exceção de Augusto Pinochet, tão logo a democracia foi restabelecida se buscou punir os responsáveis. Por mais que tenha doído para eles talvez hoje haja uma sensação de justiça mais forte do que para nós.
Talvez a falta de uma discussão mais profunda e imediata acabou resultando em situações como esta. Você decide o que acha da matéria e do assunto
Para ver a matéria da revista época veja aqui e aqui

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