Estava tentando procurar alguma analogia que me permitesse explicar o aumento de 10% nas bolsas para pesquisadores (mestrandos e doutorandos). A única, e até certo ponto bem exata, que me veio a cabeça foi justamente a de uma gorgeta. Atualmente muitos bares e restaurantes cobram além da conta básica os 10% para o garçom. Muita controvérsia já se formou em torno do assunto, afinal os garçons tem seu salário e a gorgeta deveria ser uma cortesia do cliente. Além disso, esse não é o ponto central do texto.
A ideia central do texto é tratar do aumento de 10% nas bolsas para mestrandos e doutorandos. Mestrandos e doutorandos, em geral são os que estão de fato no campo fazendo pesquisa, propondo novas abordagens, estudando o país. Para quem não sabe hoje estes profissionais tem de realizar malabarismos financeiros para poderem dar conta de seus trabalhos como estudantes e de suas contas, como pessoas normais. Como os benefícios estão congelados desde 2008 então de lá para cá o valor da bolsa de mestrado é R$ 1,3 mil e a de doutorado, R$ 1,8 mil.
Se para alguém o valor parece muito, vale lembrar que muitas vezes os pesquisadores tem de se sustentar apenas com este valor já que não podem ter outro vínculo empregatício. Em realidades como a de Teresina, local onde cobra-se caro por serviços sem qualidade, como por exemplo o transporte, chegar ao fim do mês com algum dinheiro no bolso é quase um milagre. Para chegar a um valor válido segundo a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) a correção teria de ser de 40% no valor dos benefícios.
Após o anúncio do aumento ficou ainda uma esperança: afinal, os próximos aumentos devem ser realizados nos próximos anos a partir da inflação. Mas, ficou também uma dúvida: o aumento irá cobrir a inflação acumulada do período em que as bolsas ficaram sem reajuste (2008-2012) ou apenas de 2012 para 2013? A conferir.
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