Um dia desses entrei em um ônibus e vi uma discussão áspera entre o passageiro e o motorista. Eu não estava esperando há muito tempo, mas o passageiro que estava reclamando parecia que estava aguardando por um bom tempo. Nos meus fones de ouvido, a cada dia que passa comprovadamente uma das mais revolucionárias invenções modernas, eu sabia que estava acontecendo uma discussão e quanto ela era inútil.
Alguém poderia dizer: É inútil porque o motorista não pode fazer nada. Eu complementaria dizendo que é inútil porque aparentemente ninguém faz nada. Explicando o raciocínio o motorista não pode fazer nada porque ele só dirige o ônibus então a solução seria reclamar para o fiscal que fica no ponto final. Entretanto, o fiscal presumivelmente argumentaria que a responsabilidade do número de ônibus é da empresa. Por sua vez a empresa prontamente aponta a responsabilidade do sistema de transporte para o poder público municipal e o poder público municipal diz que não tem como fazer o controle de todo o sistema.
Infelizmente Teresina tem o sistema de transporte que merece. Trocando em miúdos: a cidade hoje dispõe do sistema que lutou para ter. Os eventos dos últimos meses demonstrou claramente que mudanças somente são possíveis através da pressão da representação popular pura e simples. Afinal, ninguém há de discordar que as mudanças realizadas de setembro para cá foram realizadas pelos gestores muito mais por pressão do que pela obrigação e compromisso que deles deveriam ter com a cidade.
O passageiro que reclamou do motorista ainda ficou um tempo resmungando e reclamou mais um pouco quanto o ônibus simplesmente ficou paralisado sobre a tal faixa azul que deveria dar mais agilidade ao trânsito. Depois disso talvez tenha somente esquecido do fato. Reclamações com a utilidade do conselho que os antigos davam quando alguém estava zangado: “Não gostou. Vá reclamar com o bispo”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário