O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do II Encontro de Blogueiros Progressistas, em Brasília, e criticou a atuação da mídia na América Latina, dizendo que o comportamento dela em relação a todos os países pelos quais ele viajou é “quase lamentável”.
“Eu nunca me preocupei com a crítica se ela é verdadeira, o que me preocupa são as inverdades, a má-fé, as difamações, como aquela pedra, aquele meteorito de papel que caiu na cabeça de um candidato no ano passado", afirma o ex-presidente. Lula sinalizou que foram os "blogueiros" que impediram que esse episódio gerasse prejuízo eleitoral para a então candidata Dilma Rousseff. "Vocês tiveram papel extraordinário. Vocês demonstraram uma coisa fantástica: o povo não precisa mais de intermediários.”
Ele ainda pediu aos "blogueiros" ajam com seriedade, façam críticas sérias sem perder o foco, "porque a direita não brinca em serviço". E, criticou José Serra: "Quando vocês foram xingados de blogueiros sujos [por Serra durante a campanha eleitoral], vocês foram xingados por quem promovia a sujeira".
Na companhia do ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, Lula sugeriu um conselho que ele diz ter aprendido durante seu governo sobre a continuidade dos projetos, como a universalização da banda larga.
Segundo Lula, "a gente não pode ter medo, não pode ter preocupação de chamar essa gente [os blogueiros] para participar [das discussões sobre programas de comunicações]. Toda a vez que tivermos dúvidas, toda vez que tivermos problemas, é muito melhor a gente escancarar o debate e deixar as pessoas falarem o que pensam para a gente colher um resultado que seja a síntese do que pensa o país".
Marco Regulatório
"A mídia, que conquistou o direito de criticar todo mundo, tem que ser criticada também", afirmou o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, a respeito do debate sobre a instituição do marco regulatório das comunicações, que está sendo elaborado pelo governo.
De acordo com Bernardo, o ex-ministro Franklin Martins – responsável pela elaboração da primeira versão do projeto – foi taxado com o "carimbo de querer regular a mídia". O atual ministro negou esse rótulo, dizendo que não é essa a intenção do governo. "Não é isso. Demoramos muito tempo para restabelecer a democracia. Lula e Dilma têm compromisso com a liberdade de expressão”, reforçou.
Ele ainda explicou que a própria Constituição Federal prevê que haja regulação sobre os meios de comunicação. Mas, no entanto ele ponderou que essa determinação atualmente abrange somente rádio e TV. "A Constituição diz que não pode ter monopólio, oligopólio, xenofobia e prevê conteúdo nacional e local", exemplificou Paulo Bernardo, esclarecendo que são esses elementos que o governo quer monitorar.
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