Normalmente quando se está em um show de ilusionismo não dá para perceber como o mágico faz seus truques. Até porque ele chama a atenção para um determinado canto para não mostrar como é feita a mágica. Assim a plateia perde tempo olhando para o que julga ser o foco do mistério quando o ilusionista já fez o seu trabalho no canto certo. Há agora uma “briga”, ou um projeto de reclamação contra a indicação política para a Fundação Antares. Mas, será que tirando a fumaça fica alguma coisa?
Com uma crise crônica de gestão desde o meio do ano passado, a Fundação Antares (rádio e televisão) passou ao invés de incorporar talentos para um jornalismo próximo daquilo considerado ideal, dentro do possível; a mandar jornalistas para outras emissoras. A degradação foi à boca do palco, sem muitas cerimônias. Sem comando definitivo desde o começo do ano o processo acaba se acelerando e perde-se, mesmo com todas as ressalvas, a oportunidade de fazer um jornalismo minimamente próximo do conceito de comunicação pública.
Pois bem, a solução seria então escolher um comando. Mas, aí vem as indicações políticas. E pior que as indicações políticas, as reações atropeladas. O governo não indica o nome, mas põe a Fundação na cota política de um ou de outro. Pode ser um advogado ou um dirigente partidário, só precisa ser da cota do deputado X. A reação: fazer um pedido de uma reserva de mercado, indicando um jornalista. De que adianta afinal indicar um jornalista, se o problema todo é administrativo?
O que vai resultar disso? No meio de temas “maiores”, como o caos na Uespi, a greve na Polícia Civil e as escolas estaduais que estão ameaçando cair o tema da valorização do jornalista no quadro administrativo estadual é menor. Nesse cenário, a revitalização da Fundação Antares com uma administração (não importando se comandada ou não por um jornalista, mas sim por um administrador de fato) é algo menor ainda. Quem perde? Você, leitor, sabe quem é.
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