18 de abril de 2011

Um ano depois moradores do Residencial Pedro Balzi sofrem com falta de transporte

Um ano depois da mudança os moradores do Residencial Pedro Balzi carregam duas certezas, uma boa e outra nem tanto. Quem mudou das áreas de risco reconhece que a situação melhorou na nova morada, mas reclamam que ainda falta muito para o local onde moram possa ser considerado um lar. Entre reclamações com relação a transporte, saúde e educação os moradores vão pensando alternativas para lidarem com os problemas.

Na entrada do residencial a aposentada Maria das Dores Pereira da Silva que mora com um neto e um filho é direta ao comentar os problemas da comunidade. "Falta tudo, principalmente transporte. Tem uma linha que começou a circular na sexta-feira porque a outra que vinha não atendia a gente porque passava na Ladeira do Uruguai", pontuou a moradora. Apenas com uma linha de ônibus a comunidade ficava sem acesso a avenida principal do bairro Dirceu Arcoverde, o que atrapalhava o acesso dos moradores a diversos serviços.

A aposentada que veio da Vila Kalfix, área de risco a beira do rio Poti, conta que não tem notícia de pessoas que deixaram suas casas para voltarem para seus endereços antigos, mas mostra desânimo com a situação do residencial. "Se pudesse vender já tinha vendido porque é muito longe do que a gente precisa. O acesso para cá é uma luta. Tem muitas crianças que ficam doentes", afirmou Maria das Dores reclamando da falta de acesso à saúde na comunidade.

Os problemas na saúde também são a queixa de Josiene Monteiro, moradora na comunidade que tem uma vendinha de doces em casa. O filho de Josi, como a vendedora é mais conhecida na comunidade, é um dos que sofrem com a falta de equipes de saúde mais próximas. "Ele já ficou doente, tive de ir atrás de marcar consulta no Dirceu. Como não consegui a consulta porque lá é lotado também ele acabou ficando bom por ele mesmo", disse a respeito do filho Artur, de 1 ano e 3 meses.

Ela conta ainda que a comunidade sofre mais para ter acesso a serviços de urgência e emergência. "Tem um senhor que mora aqui perto que ontem passou mal e precisou de uma ambulância, mas não veio. A gente teve de fazer uma vaquinha para levar ele de táxi para o hospital", relata explicando que em outras vezes a comunidade ficou sem serviços de urgência e emergência. Além da falta de serviços de saúde, a comunidade ainda sofre com problemas na educação com a falta de creches. "Eu cuido do filho de uma amiga minha enquanto ela tem de trabalhar", comenta a vendedora.

O acesso a educação também é problemático para o estudante Cleílson de Souza, de seis anos. Ele faz a segunda série e conta que todos os dias chega atrasado para as aulas na Escola Antônio Ferraz. "Falta ônibus e por isso chego todo dia atrasado", conta ele enquanto brincava perto de uma poça de lama com esgoto que prejudica os moradores do Residencial Pedro Balzi.

Portal O DIA

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