Um ano depois da mudança os moradores do Residencial Pedro Balzi carregam duas certezas, uma boa e outra nem tanto. Quem mudou das áreas de risco reconhece que a situação melhorou na nova morada, mas reclamam que ainda falta muito para o local onde moram possa ser considerado um lar. Entre reclamações com relação a transporte, saúde e educação os moradores vão pensando alternativas para lidarem com os problemas.
Na entrada do residencial a aposentada Maria das Dores Pereira da Silva que mora com um neto e um filho é direta ao comentar os problemas da comunidade. "Falta tudo, principalmente transporte. Tem uma linha que começou a circular na sexta-feira porque a outra que vinha não atendia a gente porque passava na Ladeira do Uruguai", pontuou a moradora. Apenas com uma linha de ônibus a comunidade ficava sem acesso a avenida principal do bairro Dirceu Arcoverde, o que atrapalhava o acesso dos moradores a diversos serviços.
A aposentada que veio da Vila Kalfix, área de risco a beira do rio Poti, conta que não tem notícia de pessoas que deixaram suas casas para voltarem para seus endereços antigos, mas mostra desânimo com a situação do residencial. "Se pudesse vender já tinha vendido porque é muito longe do que a gente precisa. O acesso para cá é uma luta. Tem muitas crianças que ficam doentes", afirmou Maria das Dores reclamando da falta de acesso à saúde na comunidade.
Os problemas na saúde também são a queixa de Josiene Monteiro, moradora na comunidade que tem uma vendinha de doces em casa. O filho de Josi, como a vendedora é mais conhecida na comunidade, é um dos que sofrem com a falta de equipes de saúde mais próximas. "Ele já ficou doente, tive de ir atrás de marcar consulta no Dirceu. Como não consegui a consulta porque lá é lotado também ele acabou ficando bom por ele mesmo", disse a respeito do filho Artur, de 1 ano e 3 meses.
Ela conta ainda que a comunidade sofre mais para ter acesso a serviços de urgência e emergência. "Tem um senhor que mora aqui perto que ontem passou mal e precisou de uma ambulância, mas não veio. A gente teve de fazer uma vaquinha para levar ele de táxi para o hospital", relata explicando que em outras vezes a comunidade ficou sem serviços de urgência e emergência. Além da falta de serviços de saúde, a comunidade ainda sofre com problemas na educação com a falta de creches. "Eu cuido do filho de uma amiga minha enquanto ela tem de trabalhar", comenta a vendedora.
O acesso a educação também é problemático para o estudante Cleílson de Souza, de seis anos. Ele faz a segunda série e conta que todos os dias chega atrasado para as aulas na Escola Antônio Ferraz. "Falta ônibus e por isso chego todo dia atrasado", conta ele enquanto brincava perto de uma poça de lama com esgoto que prejudica os moradores do Residencial Pedro Balzi.
Portal O DIA
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