Enquanto a imprensa respalda cautelosamente as principais medidas econômicas do governo, ainda que alimentando desconfianças a respeito das iniciativas de combate à inflação, o noticiário político parece entrar numa daquelas fases em que o observador reforça a suspeita de que políticos são uma espécie de alienígena infiltrado na sociedade.
A notícia de que Renan Calheiros, Romero Jucá e Gim Argello compõem o novo Conselho de Ética do Senado é um desses motivos para se acreditar que o Congresso Nacional navega na direção contrária do senso comum.
Os principais jornais de circulação nacional destacam o fato de que os três parlamentares já foram investigados por questões que normalmente acabam sendo tema do Conselho, em ocasiões diferentes.
Além disso, chama atenção o fato de que, dos 15 senadores indicados para compor o órgão de julgamento do comportamento ético no Senado, oito têm inquéritos ou processos em andamento no Supremo Tribunal Federal.
Sobre todos eles impera a figura do presidente do Congresso, José Sarney, autor de indicações para o Conselho que chamam a atenção da imprensa por sua incoerência.
Até parece provocação.
Por Luciano Martins Costa em 27/4/2011
Comentário para o programa radiofônico do OI, 27/4/2011
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