27 de julho de 2010

Dos nossos preconceitos

Você anda pela rua e de repente é abordado por uma pessoa que lhe pede um vale transporte. Como você agiria? A primeira vista a resposta que vem a mente é justamente dar o vale transporte ao cidadão que se está pedindo é porque está em dificuldades. Mas, em um contexto no qual a boa fé é muitas vezes levada como ingenuidade é cada vez mais complicado ajudar.

Quem já passou por isso sempre fica naquela dúvida cruel, mesmo que só tenha dois vales transporte na carteira. O senhor que pedia contava que estava vindo de uma penitenciária e que precisava chegar com os dois filhos em casa. De fato haviam duas crianças ao lado dele, assim como duas sacolas que pareciam de mantimentos, mas ainda sim era complicado evitar a desconfiança.

Ele explicava que já tinha pedido para dois motoristas de ônibus o levarem porque ele estava sem dinheiro, mas que não havia tido sucesso. Depois disso tudo deu para perceber que era alguém que estava de fato desamparado. Mas, só cedi a desconfiança em parte. Fui tentar ver se conseguia comprar um vale para dar ao cidadão em uma farmácia. Como não consegui, peguei R$ 1,80 e passei a ele.

Tudo isso passou e fica a reflexão: será que muito da violência não é culpa justamente da falta de diálogo na sociedade? Todo mundo extremamente fechado já recusa ajudar pensando que trata-se de um picareta disfarçado de necessitado. Complicado... Muito complicado.

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