Os altos índices de acidentes no trânsito fez Teresina ser escolhida recentemente pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) como a capital nordestina a participar do programa piloto Projeto Mundial sobre Prevenção de Lesões no Trânsito e Segurança Viária. Além de Teresina, Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Tocantins (TO) e Campo Grande (MS) também farão parte do projeto que tem por objetivo arquitetar políticas educativas de prevenção de mortes no trânsito por meio de qualificação, planejamento, monitoramento, acompanhamento e avaliação das ações dos gestores municipais.
Boa parte dos acidentes nos grandes centros urbanos é causada por motociclistas. O principal fator para o aumento é a imprudência e o desrespeito as leis de trânsito que nos trazem dados assustadores. De acordo com o neurocirurgião Daniel França que atende no Hospital de Urgências de Teresina (HUT), 70% dos acidentes que provocam traumatismo craniano são ocasionados por motos e atinge a população jovem masculina economicamente ativa, até 45 anos de idade. Esta porcentagem, segundo ele, é sete vezes maior do que os casos notificados no mundo, que englobam, além das motocicletas, os acidentes de carro, bicicletas e provocados por atropelamento.
“Enquanto que no mundo se tem 11% dos traumatismos cranianos no trânsito em varias possibilidades de ocorrência, no Piauí este número dá um salto enorme e pior de tudo são de grave intensidade. A vítima pode ficar com morbi-mortalidade quando deixa seqüela na pessoa por toda a vida”, disse o médico neurocirurgião Daniel França durante palestra proferida da III Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho Unificada das Empresas de Transporte Urbano.
França diz ainda que os acidentes por motos tem dias preferenciais para acontecer: sexta-feira, sábado e domingo. “No Piauí é no domingo a maior quantidade de registros e às 00h é à hora de maior pico de acidentados no HUT”, relatou.
Ele afirma que no Brasil os acidentes por motos que causam traumatismo são de no máximo 24% do total e que obedece a tendência mundial no que se refere a população ativa. “Muito se fala no uso do capacete, ele é fundamental, mas ele não é milagroso. Outros fatores agem diretamente como o consumo de bebida alcoólica, excesso de velocidade e desrespeito as leis de trânsito”, disse o neurocirurgião.
*Edienari dos Anjos é jornalista formada pela Faculdade Santo Agostinho e atua tanto na mídia quanto na academia produzindo trabalhos.
**A imagem foi escolhida apenas em caráter ilustrativo para não fazer remissão direta a acidentes.
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