Quando houve o Intercom Nordeste tive a oportunidade de entrevistar o José Marques de Melo sobre a construção das novas diretrizes curriculares em jornalismo. O tempo passou, o diploma caiu (ou foi derrubado, como queiram) e finalmente a proposta ficou pronta. Olhando por partes dá para prever que pelo menos a proposta possui avanços, mas a verdade é que a resistência está dentro da própria academia representadas por alguns que muitas vezes torcem o nariz para a realidade.
Na entrevista Marques de Melo me dissera que "Acho que no Brasil temos um grande problema pela falta de integração entre as universidades e as empresas, já que o estágio é proibido. Acho que o estágio deve voltar porque senão o aluno não tem chance de passar por uma fase em que ele verifica os seus conhecimentos". Pois bem, uma das propostas é que haja o estágio supervisionado para os estudantes de jornalismo poderem conhecer mais do mercado. Mas, aí vem a pergunta: como superar as resistências? No curso de jornalismo da UFPI, utilizado como exemplo por ser onde me formei e com o qual tenho mais contato, a proposta pedagógica atual contempla uma agência de notícias que nunca saiu do papel.
Por outro lado foi proposta uma ampliação da carga horária dos cursos. De acordo com o que Marques de Melo disse ao site do Ministério da Educação, as propostas pretendem atualizar o perfil dos estudantes e melhorar a formação dos jornalistas. “A intenção é revalorizar o diploma. Os jornalistas que se formarem sob essas orientações serão bem mais competentes”, afirmou ao site do MEC. O aumento de 2,8 mil horas para 3,2 mil seria para abrigar o estágio a ser feito em parceria entre universidades e empresas. Eu me pergunto: Quais seriam os termos? Como seria o controle, para aliar aprendizado no estágio e obrigações na universidade?
Existe ainda outros dois aspectos que chamaram a atenção. O primeiro é a criação de seis eixos pedagógicos, que envolvem desde fundamentação específica à prática laboratorial e o segundo é tirar o curso de jornalismo da grande área de “comunicação social” e deixá-lo como uma graduação isolada. Com o primeiro dá até para concordar assim como com as duas outras propostas, mas com esta última não dá mesmo. Acho que sem a formação em comunicação social me sentiria meio apertador de parafusos. A comunicação social é que ainda nos confere um certo respeito para ver o processo de produção de material informativo por outro ângulo.
Por enquanto existe uma proposta e um diploma de validade questionada. Agora é esperar para ver o que vão fazer com a proposta e o diploma.
Um comentário:
A proposta deve ser aceita pelo MEC e Comissão da Sesu. Quanto ao diploma, a Confecom e o Congresso dirão...
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