29 de novembro de 2005

Em busca do tempo perdido

Não tinha muita simpatia pela ideía do Blog. Mas o tempo é senhor da razão. Hoje vejo o quanto que o blog pode ajudar na difusão de opiniões. A matéria abaixo mostra o quanto o governo e os professores se "preocupam" com o ensino superior. O ministro diz que não pode retomar as negociações porque já está no congresso o projeto de lei que regulamenta o processo, joga a negociação para o congresso. Os professores com a naturalidade de quem diz que o céu é azul dizem o semestre está perdido. Sou mais a opinião do Deputado Paulo Delgado que o tempo perdido não se recupera

Segunda-feira, 28 de Novembro de 2005 /Jornal da Globo
Impasse prolonga greve das federais
O governo prometeu enviar esta semana ao Congresso um projeto prevendo aumento para professores de universidades federais, em greve há três meses. O semestre letivo já é dado como perdido.
Os professores estão parados desde agosto. A greve atinge 38 das 54 universidades federais. O governo já apresentou três propostas, todas rejeitadas pelo movimento.
Encerrada a negociação, o Ministério da Educação diz que vai enviar um projeto de lei ao Congresso com uma nova proposta de reajuste. Ela prevê aumento nas gratificações a partir de janeiro: os professores com doutorado receberiam entre 8,81% e 12,78%. Quem tiver mestrado entre 7,61% e 11,94%. E os professores aposentados com doutorado, 21,7%.
O projeto prevê ainda a criação de uma classe de professores em topo de carreira que teria reajuste de 17,19%.
Fernando Haddad, o ministro da Educação, afirmou que “uma vez o projeto encaminhado, seria até um desrespeito com o congresso nacional retomar as negociações no âmbito do executivo”.
Os professores já admitem que o semestre está perdido. E até a realização do vestibular corre risco. Mesmo que seja realizado, o início das aulas para os novos alunos deve sofrer atraso.
O comando de greve não concorda com a proposta do governo e promete entregar uma carta ao presidente Lula esta semana pedindo a reabertura das negociações
Rodrigo Dantas, do comando nacional de greve diz que essa proposta não atende as reivindicações “porque não confere reajuste no salário, não contempla 2005, não repõe as perdas inflacionárias, não restabelece a paridade entre ativos e aposentados e portanto não contempla a pauta dos docentes”.
Já Paulo Delgado, do PT de Minas Gerais e presidente da Comissão de Educação da Câmara, e que foi professor universitário, está preocupado com o impasse. Diz que existe intransigência do governo e, principalmente, dos professores. Segundo ele, a greve por tempo indeterminado traz perda definitiva para os alunos. “Quem fica 100 dias sem estudar não vai recuperar isso nunca mais. Você repõe a aula , mas não repõe o conhecimento”, disse ele.

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