6 de julho de 2009

Rios estão mais secos


Passaram as enchentes e para os que trafegam às margens dos rios Poti e Parnaíba a impressão que fica é que os dois cursos de água mais importantes da capital estão mais secos do que antes. A impressão é confirmada porque os rios sofreram ainda mais com o assoreamento ao voltarem para o seu curso normal. Ambientalistas apontam que é necessário que o poder público execute planos para recuperar a mata ciliar da região.

De acordo com Francisco Soares, presidente da Fundação Rio Parnaíba (FURPA), os rios ficaram mais rasos porque na volta para o leito normal foi trazida muita areia e sedimentos. "Depois de grandes cheias há o assoreamento e a erosão que afetam diretamente a vazão dos rios", explica Francisco Soares. O processo de assoreamento consiste em uma decomposição acelerada de sedimentos no leito de rios, como areia e árvores que foram parar no rio Poti depois das enchentes.

O proceso acontece porque as matas ciliares, formações vegetais que recobrem a margem dos rios, foram devastadas e as margens dos rios ficaram desprotegidas. "A mata ciliar foi retirada e não há proteção nas margens. As cheias são fruto do assoreamento já que a água deixa de circular na calha do rio para se expandir para as suas margens", ressalta Francisco Soares. As consequências para o Parnaíba e o Poti já podem ser vistas como a formação de bancos de areia no Rio Parnaíba e a diminuição do nível da água no rio Poti.

Como soluções o presidente da Furpa aponta dois caminhos, um ambiental e outro social. "É preciso a recuperação da mata ciliar e a organização do saneamento básico para combater a contaminação das águas destes rios", ressalta Francisco Soares acrescentando que já sugeriu a medida ao governo federal. Para Soares a situação atual é apenas consequências de outras medidas. "Quanto mais desmata, mais há erosão e por consequencia a piora no nível do rio", enfatiza.

Sobre a possibilidades de novas enchentes nos próximos anos por causa da situação do rio, Francisco Soares comentou que pelo conjunto de fatores essa posibilidade é possível. "A erosão impede a água de circular no canal do rio e faz com que hajam os transbordamentos", analisou.

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