Na última semana aconteceu um evento, que pelo espera-se, que produza mudanças no curso de jornalismo da Universidade Federal do Piauí (UFPI). O Congresso de Comunicação da Região Nordeste (Intercom) aconteceu com nomes nacionais e certas polêmicas, que podem pelo menos estimular reflexões sobre como está o curso atualmente.
Primeiro às polêmicas. Circulou durante o evento uma carta criticando a maquiagem da UFPI para receber o evento enquanto o curso passa por problemas estruturais tanto no quadro de professores quanto de equipamentos. Tirando as compreenções equivocadas, de que se tratava de criticar o evento, a carta foi muito lúcida. Os problemas não são novos, mas de fato parece que estão se agravando. Para quem observa de fora é complicado entender porque mesmo com a antena a rádio universitária não funciona, assim como mesmo com a parceria com o canal Futura não há resultados expressivos da produção de tv.
Outra polêmica foi com relação ao Calandragem. O jornal laboratório investiu em uma abordagem priorizando matérias quentes. Graficamente o jornal apresentou melhora expressiva, mas a escolha por matérias quentes é no mínimo duvidosa. Explico: Para fazer matérias quentes, normalmente com urgência para serem divulgadas, você precisa ter um suporte de imprensa que aguente isso. Na ausência de um jornal que saia todo dia, já que o Calandragem tem apenas 4 edições por período, cria-se uma situação complicada. Seria talvez o caso de fazer uma análise para entender que caminhos o jornal propicia e não os que se quer colocar no jornal.
Sem idealismos é preciso também ter olhar apurado para como diria um amigo meu "ao invés de dar um giro dar um giral". O encontro também foi palco para nomes nacionais poderem debater mais sobre comunicação e o jornalismo. Nisso, ninguém foi mais requesitado que o professor Marques de Melo. Presidente da comissão que está encarregada de mexer nas diretrizes do curso de jornalismo o professor foi o destaque do intercom.
Que o Intercom seja o ponto de reflexão para mudanças ou adaptações, afinal o curso precisa.
*foto da Fernanda Dino para Algumas Leituras
4 comentários:
Mas só tem um ponto em que eu discordo de você, Carlos:
É certo que José Marques de Melo é a autoridade máxima na questão das diretrizes curriculares: mas você acha mesmo que isso está certo?!
A questão do currículo funcionar ou não, ao meu ver, depende da realidade de cada curso, de cada região. Jogar um currículo de cima a baixo terá os mesmos equívocos de sempre. Um dos caminhos para reverter isso seria ouvir mais o que os próprios alunos têm a dizer sobre o currículo.
Mas como podem fazer isso se o horário de bate-papo com o Todo Poderoso só poderia ser feito às dez da manhã: em que a maior parte dos estudantes estavam nas oficinas?!
E sobre essa parceria com o canal futura, isso existe?!
Pq a realidade da disciplina de telejornalismo é:
só existem mais dois canos de tripé no estúdio de TV que podem tá substituindo os tripés que vão pra rua.
E os computadores que chegaram, se existisse uma parceria realmente adequada, porque pelo menos trÊs deles não vieram com uma entrada de captura e, talvez, assim, pudessem ser transformados em três ilhas de edição digital?!
Mais barato do que manter a não-linear sucateada que temos, não?!
Sobre a melhora gráfica no Calandragem: o que eu ouvi falar é que o senhor atual professor da disciplina de jornal e planejamento gráfico contratou uma pessoa de Buriti dos Lopes pra diagramar sozinha...jurando que dá alguma aula.
E quem são os monitores da disciplina de jornal, que não aparecem nessa hora?!
Gostaria de saber...
Também, cadÊ a monitora remunerada de fotografia, que deixou o laboratório em quarentena assim como o ProvidÊncia está...pra abrir o laboratório pra quem precisar das câmeras?! Ou câmAras, como bem diria nosso professor diplomado...Pelo que fiquei sabendo também, ela não está nem aí pra formulação do projeto de monitoria: exigência do atual reitor. Os não-remunerados é que estão correndo atrás.
Oh, Ludmila, a reforma é das diretrizes curriculares. A comissão não vai criar uma grade pro país inteiro. Vai sugerir aquilo que seja fundamental a todo curso de jornalismo. Quem vai criar o seu próprio currículo é a IES. De acordo com as necessidades e realidade de cada, estado e região. O próprio Marques de Mello falou isso no Bate Papo que teve no intercom.
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