19 de fevereiro de 2009

Justiça e suas injustiças



Um dia desses passando pela cidade de mototáxi, após avistar uma blitz e um grupo de policiais fazendo ronda o mototaxista puxa uma conversa que chama a atenção, porque ilustra um pouco do quanto a imprensa contribui na formação do cidadão.

Mototaxista: Esses "polícia" fazem um trabalho bom, mas o problema é essa bandidagem solta. Esse mutirão aí da Justiça é uma pouca vergonha...
Eu: É... (não tava com muita disposição para a conversa)

A conversa seguiu ainda falando sobre trânsito, mas o importante é o quanto que a fala do mototaxista reproduz as críticas feitas ao mutirão da Justiça. O mutirão veio para resolver o problema de presos sem julgamento ou encaminhamento em seus processos, mas como crimes foram cometidos por libertados as críticas vieram com força. A conversa acima mostra que entre o Judiciário, muitas vezes distantes da população, e o aparelho policial, mesmo brusco mais próximo, quem o cidadão acaba preferindo.

O fato é a Justiça é lenta e comete injustiças quando mantém pessoas mais presas do que o tempo necessário, mas às vezes dar a liberdade a quem não poderia usufruir disso acaba send0 uma estratégia de "tirar o sofá da sala". Claro, que muitas vezes as providências adotadas pelo mutirão é no sentido de agilizar julgamentos e audiências, mas quem vai explicar isso para a família do homem que foi assassinado em uma padaria de Teresina?

Não seria mais fácil cobrar dos juízes mais agilidade, dar mais estrutura para eles trabalharem, estipular metas no número de casos para serem julgados, cortar os "atalhos" jurídicos que emperram processos? Ah, mas isso dá trabalho...

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