1 de fevereiro de 2009

A migué da crise



O truque não é novo, mas já está começando a não colar. A crise mundial tem batido a porta de todo mundo, mas tem gente que está pegando a situação e usando como pretexto para fazer reformulações de pessoal e cortes. Simplificando é como se por causa da crise nos Estados Unidos e em locais mais desenvolvidos se resolvesse cortar empregos no Piauí.

As alegações são várias: "Os tempos são difíceis", "O crédito está escasseando", "A legislação trabalhista nos prende". Mas a execução dos "espertos" é muito semelhante: "É preciso reduzir salários para garantir empregos", "Vamos precisar demitir", "Vamos fazer cortes". Não faço a voz do presidente Lula de otimismo desenfreado, mas é fato: tem gente usando a crise de pretexto para fazer massacre contra os empregados. É uma postura retrógrada que não entende o quanto que o compromisso da empresa com funcionários pode reverter-se em mais produtividade.

Como as medidas são envolvidas em total desinformação, a tal "rádio-peão" é que dá as notícias da "crise" na empresa. Grupos que faturam alto são apresentados então como na iminência de baixar as portas, com a anuência da direção que com isso justifica a necessidade dos tais cortes. Com isso as "pobres" empresas colocam-se em situação dramática e justificam suas posições, mesmo que não tenham recuado um milímetro em seus projetos de investimentos e obras. Na observação mais acurada fica então a dúvida: que crise é essa que são prejudica quem trabalha?

Não há respostas prontas para a tal crise, mas o que não dá é para aceitar tacitamente que a crise veio, levou o dinheiro e acabou. É preciso saber distinguir o que é realmente dificuldades, do que é "migué". Para quem não sabe, "migué" é uma desculpa esfarrapada para justificar uma postura duvidosa.

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