4 de abril de 2013

A história se repete... e anda de ônibus


Um rapaz voltava para casa em um sábado a noite em um ônibus que demorou a passar pensando na vida, ou algo semelhante, enquanto o ônibus parecia estranhamente rápido. Em um momento o veículo para um jovem subir. Ele se despede da namorada com um beijo e o ônibus então começa a andar sem o jovem entrar. O jovem então entra, contrariado pelo movimento do motorista, uma discussão começa a agitar o ambiente e quase evolui para uma briga, evitada pela intervenção das vozes dos outros passageiros cansados e ansiosos simplesmente por chegar em casa.

Essa cena prosaica aconteceu em Teresina, sim eu sou o rapaz que assistiu a cena e só queria chegar em casa, mas poderia ter acontecido em qualquer lugar do Brasil. A recordação veio com o acidente no Rio de Janeiro, aparentemente causado por uma briga entre motorista e passageiro. Independente de quem “tenha razão” existem 7 mortos que vão para a conta dos vários mortos no trânsito, entre motoristas, pedestres, motociclistas. Não parece que a conta (+ gente, + veículos individuais, - espaço) está cada vez mais longe de fechar?

Falar de “exemplos” europeus de solução do problema além de soar pedante também contempla apenas uma parte da solução, já que eles também estão com vários nós em matéria de trânsito. A lógica manda lembranças sobre como apontar uma solução para o problema: é transporte público. Mas, hoje em dia defender que as pessoas usem apenas transporte público chega a soar como uma proposta cínica. Tomando Teresina por exemplo, as linhas de ônibus são cada vez mais esticadas para chegar mais longe, o número de veículos parece cada vez menos acompanhar o crescimento populacional da cidade (as superlotações nos horários do rush derrubam qualquer argumento em contrário).

O tema transporte público não parece que vai sair de pauta tão cedo, afinal as cidades crescem cada vez mais em seus extremos. Mas, as soluções, minimamente provisórias ainda parecem estar bem distantes e as histórias como lá do começo tendem a se repetir ainda mais.

Nenhum comentário: