19 de dezembro de 2011

E-polêmica

Quem tá em redes sociais vai saber do que estou falando. Você está lá zapeando tranquilo e quando se dá conta vem uma avalanche de mensagens relacionadas ao mesmo tema. É a reação à manifestação xenófoba ou a defesa do linchamento a enfermeira que matou o cachorrinho na frente da criança, o pedido de um órgão e muitos outros que formariam uma lista interminável.

 Nada contra necessariamente quem se manifesta, mas será que não parece haver uma necessidade absurda de sempre estar se manifestando quase que no rumo da polêmica infinita. Usando o caso da enfermeira. Primeiro apareceram as imagens que mostravam os maus-tratos, depois as montagens com pitbulls ou cães maiores defendendo que a enfermeira fosse linchada, após isso os donos de cães maiores criticando a associação de seus cachorros à violência.

No meio das disputas de opiniões me perguntaram o que eu achava da polêmica. Fui pensar e vi que a enfermeira já tinha sido denunciada por maus-tratos aos animais e desobediência ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) por ter feito isso em frente a uma criança. Aí fiquei pensando: “Não sou delegado, não sou juiz, não sou carcereiro e a enfermeira já tinha sido denunciada então para que continuar esticando o assunto?”

Após a overdose polêmica o tema parece que se esvazia como se nada tivesse acontecido, não se sabe se pela necessidade de uma polêmica nova ou porque simplesmente a pessoa cansou mesmo do tema. Não parece que as redes sociais nesses casos não servem somente para socializar as nossas polêmicas?

Um comentário:

Lucy R. disse...

Gostei do texto, eu acho realmente estressante e intenso, porque as polêmicas explodem, são discutidas até ficarem redundantemente chatas, e depois desaparece tudo. Não há muito de funcionalidade na coisa, mas os que participam acham que a comoção pública resolve algo, chama a atenção dos governantes, blá blá blá.
Já eu sou incrédula. Ou realista, rs.